sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Oito grileiros são presos por crime ambiental no Pará

Ezequiel Antônio
Uma operação conjunta da Polícia Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério Público prendeu oito pessoas, suspeitas de integrar uma das maiores quadrilhas de desmatamento na Amazônia. Eles derrubavam a floresta para vender lotes de terra.
Um avião da Polícia Federal levou para Belém seis pessoas que foram presas no município de Novo Progresso, no oeste do estado. São donos de hotéis, supermercados e um advogado.
A polícia também prendeu outras duas pessoas, em São Paulo e em Mato Grosso, e cumpriu 22 mandados de busca e apreensão.
Seis suspeitos estão foragidos, entre eles, Ezequiel Antônio Castanha, empresário que tem multas que somam R$ 30 milhões e o empresário Ismael do supermercado Du Vale de Novo Progresso.
Segundo as investigações, a quadrilha foi responsável pelo desmatamento ilegal em assentamentos, terras indígenas e em duas florestas nacionais com o objetivo de grilagem, ou seja, lotear essas áreas e vendê-las para pecuaristas e produtores de grãos.
Os presos vão responder por invasão de terra pública, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsificação de documentos.
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha já provocou, com o desmatamento, um prejuízo para a União de R$ 500 milhões.


Foto: Igor Mota (O Liberal)
A operação foi deflagrada às 6h30 do dia 27/08. No final da tarde de ontem, 28/08, os acusados chegaram a capital paraense vindos de Novo Progresso, o local de principal atuação da quadrilha. Ao todo, foram cumpridos na operação 22 mandados de busca e apreensão e quatro conduções coercitivas. Seis pessoas foram presas, entre eles uma mulher, e três ainda permanecem foragidas no Pará. Outras três pessoas também são procuradas no Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso, onde as diligências da Polícia Federal também foram realizadas na manhã de ontem. “As terras era negociadas com investidores dessas regiões. Alguns deles sabiam da origem ilegal. Essas pessoas serão indiciadas também”, explica o delegado.
Segundo o procurador da República Daniel Azeredo, a quadrilha atuava com sofisticação. “Um bando especializado em transações milionárias. Nesse caso é o crime ambiental articulado com lavagem de dinheiro, furto e falsificação de documentos”. Os envolvidos são considerados os maiores desmatadores da Amazônia brasileira. A suspeita é de que eles atuem há pelo menos dez anos. Os membros da quadrilha deverão ser indiciados pelos crimes de invasão de terras públicas, furto, sonegação fiscal, crimes ambientais, falsificação de documentos, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar os 50 anos de reclusão aos condenados.
No total, participaram da ação 96 policiais federais e 19 servidores do Ibama. O nome da operação é uma alusão à árvore castanheira que é protegida por lei e símbolo da Amazônia, abundante na região de Novo Progresso.
Fonte: ORMNews/G1 Pará

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